segunda-feira, 18 de março de 2013

Racismo, Sofrimento Psíquico e Winnicott


Podkameni, A. B. & Guimarães, M. A. C. A Rede de Sustentação Coletiva, Espaço Potencial e Resgate Identitário: Projeto Mãe-Criadeira. Saúde Soc. São Paulo, v.17, n.1, p.117-130, 2008.
http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v17n1/11.pdf

O racismo, a discriminação, a intolerância e seus efeitos invisibilizados, naturalizados e negados.
-risco social, psíquico, psicossomático e físico.

A constante exposição ao racismo prejudica a manutenção do espaço potencial (campo subjetivo intermediário, faz a elaboração e o escoamento da tensão psiquica) e leva a uma situação conflitual traumatizante.

Espaço potencial: campo de mediaçaõ e escoamento da tensao psíquica decorrente do conflito natural entre o desejo e a realidade. Depende do ambiente.

Ambiente "bom o bastante": permite a sensaao de continuidade do ser, sentimento de sustentaçaõ, limites suportáveis. Gera o processo de integracao psiquica e o campo imaginário de mediação, o espaço potencial.

Durante o período muito precoce de amadurecimento, encontros inesperados e incompreensíveis interrompem continuidade do ser e geram ansiedades inimagináveis, agonias impensáveis.

Verdade paradoxxal da transicionalidade: processo de ilusionamento e desilusionamento do bebê. Os objetos transicionais representam a mae, embora o bebe viva na ilusão de que "são" a mãe. Ao mesmo tempo, esses objetos pertencem à realidade externa e são, a um só tempo sua própria criação. O seio criado e o seio encontrado necessita da conjugação do duplo apoio do ambiente: a identificação da mãe com o bebê e o atendimento suficientemente bom da necessidade (reconhecida por meio da identificação).

O campo de sustentação, de tolerância, ou seja, o espaço potencial intermediário entre a realidade externa e interna, entre o que o bebê já faz e o que ele aprenderá, onde a tensão psíquica pode ser elaborada e escoada estabelece uma ligaçaõ possível entre O NARCISISMO PRIMÁRIO E AS LEIS DA CULTURA, PROMOVE A NEGOCIAÇÃO ENTRE O DESEJO/PRAZER E A POSSIBILIDADE/REALIDADE. Por meio desse espaço, o si mesmo é integrado e um self autentico e original pode emergir, com a capacidadede criar e se preocupar.

O ambiente, inicialmente a mãe, vai se estendendo para a família e a sociedade, e as demandas vão ficando cada vez mais complexas. No entanto,  já estão presentes desde o início as demandas sociais e as relações político-econômicas em que a mãe está inserida, as condições de concepção, gestação e nascimento da criança e as expectativas sociais potenciais sobre ele.

O meio ambiente brasileiro se nega a "sentir, perceber, acolher, características e traços do ser e viver negro brasileiro 'comuns', tornando-os, então, marcas de uma desigualdade" (Podkameni e Guimarães, 2004).

No momento do processo de socialização, a criança negra passa a ficar exposta, mais explicitamente, a uma "situação conflitual traumatizante".


Caso os elementos não existam,

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Podkameni, A. B. & Guimarães, M. A. C. Afro-descendência, família e prevenção

Efeitos nocivos provocados pela sócio-cultura brasileira sobre a subjetividade da família afro-descendente, por não se apresentar como um meio ambiente suficientemente bom - contribuir para a criaçaõ de formas de prevenção

http://books.google.com.br/books?id=ZUv0a4gH3B0C&pg=PA18&lpg=PA18&dq=saude+mental+da+popula%C3%A7%C3%A3o+negra+marco+antonio+chagas+guimar%C3%A3es&source=bl&ots=4ARndVHvwG&sig=OwdCqIKk2oPGqWEjrYn51lBBYHY&hl=pt&sa=X&ei=D1xHUY3FE_OJ0QG7jICgDQ&redir_esc=y#v=onepage&q&f=true

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Guimarães, M. A. C. População Negra, Racismo e Sofrimento Psíquico. Retirado em 10 de janeiro de 2013 da Rede Nacional de Controle Social e Saúde da População Negra, web site http://redesaudedapopulacaonegra.org/archives/1080

Enraizamento do racismo e naturalização dos atributos negativos ao negro

Repercussões na clínica de pacientes negros: Escuta, Psicanalista!

O holocausto não pode ser negado porque doi. Doi nos sobreviventes, nos seus filhos e netos. Quem nega o holocausto pela dor que inflige aos sobreviventes comete mais do que apenas pecado. É uma crueldade.
Ne oublie pas.

"O racismo é estruturante de nossas relações sociais e que as subjetividades que somos todos e, todos nóspsicanalistas e prifissionais de saúde mental, são construídas no interior destas relações".

Carneiro, S. (2003). Enegrecer o feminino: A Situação da Mulher Negra na América Latina a Partir de uma Perspectiva de Gênero – in- ASHOKA  Empreendedores Sociais e Takano Engenharia (org.) – Racismos Contemporâneos. Takano, Rio de Janeiro, 2003.


 "A utopia que hoje perseguimos consiste em buscar um atalho entre uma negritude redutora da dimensão humana e a universalidade ocidental hegemônica, que anula a diversidade. Ser negro sem somente ser negro, ser mulher sem ser somente mulher, ser mulher negra sem ser somente mulher negra. Alcançar a igualdade de direitos é converter-se em um ser humano pleno e cheio de possiblidades e oportunidades para além de sua condição de raça e gÇenero. Esse é o sentido final dessa luta" (p. 57)

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